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Stalking é uma forma de agressão extremamente camuflada.

 

Este tipo de agressor, normalmente começa por se mostrar muito disponível para apoiar a pessoa que escolheu como alvo. É atencioso, agradável, respeitador. Tem muita facilidade em perceber o que a sua vítima precisa ou deseja e preenche essas necessidades. Numa primeira fase, parece ser a pessoa ideal para ter ao lado.

 

Com o tempo, esse “apoio” começa a tornar-se constante, frequentemente usando o pretexto de estar sempre disponível para ela, o que parece ser uma coisa positiva mas já começando a criar alguma pressão – se ele está disponível a tempo inteiro, a sua vítima tem a obrigação de se sentir agradecida e de valorizar e aceitar essa disponibilidade.

 

Ele vai tendo atitudes cada vez mais invasivas, embora sempre com o pretexto de “ajudar” ou “proteger”. Como na maioria das outras situações de bullying, esta manipulação e controlo constante, apresenta-se com “roupas bonitas” — o que ele está a fazer é para bem dela ou as atitudes que ele a está a forçar a ter são para o bem de alguém (da própria vítima ou de outros).

 

Culpa

Também aqui, um dos grandes factores de poder do bully, são os sentimentos de culpa que ele consegue provocar na vítima, de cada vez que ela pensa “mal” dele ou pensa em se afastar. “Eu sinto-me uma ingrata por me querer afastar de quem só quer o meu bem”, é um comentário que oiço frequentemente.

Outra estratégia, é usar qualquer coisa de errado ou menos positivo que a vítima tenha feito, como uma forma de chantagem.

 

Medo

Na maioria dos casos, é só quando a vítima começa a tentar afastar-se da sua presença e controlo ou quando tenta não aceitar algum convite que ele faça, que ele começa a ter atitudes mais agressivas. Pode mandar mensagens, telefonar ou aparecer nos momentos mais inoportunos. A comunicação começa a ter ameaças relativamente veladas ou subentendidas que se vão tornando cada vez mais abertas e descaradas. À medida que a vítima vai ficando dominada pelo medo, ele usa esse medo para controlar a sua mente a tempo inteiro. A maioria deles são altamente habilidosos nestes “jogos” de comunicação, e muitos adoram aterrorizar a sua vítima em público, dizendo ou fazendo coisas que só ela percebe como sendo uma ameaça e que aos olhos das outras pessoas parecem não ter nenhuma má intenção. Isso aumenta o medo da vítima (e também o risco) uma vez que ela verifica que ninguém estará disponível para a ajudar se ela precisar de socorro.

 

Confusão

Os jogos de terror que este bully usa, acabam por gerar um estado de confusão na mente das suas vítimas, fazendo com que elas duvidem da sua própria sanidade mental. Tudo isto é intencional e uma ferramenta para garantir o seu poder sobre elas. Em alguns casos, podemos mesmo encontrar palavras que são ditas e depois negadas, ou situações que acontecem e também são negadas ou distorcidas de forma a formarem uma história muito diferente do que aconteceu na realidade. Esta estratégia é muito usada para ir “comprovando” à vítima que ela não está bem da cabeça, que está a enlouquecer.

 

Isolamento

Tal como nas outras formas de bullying, este agressor vai tentando isolar a sua vítima das outras pessoas, sejam família sejam amigos. Esta é uma estratégia comum a qualquer predador, isolar a sua vítima para mais facilmente a poder destruir. Para isso, ele tanto tenta pressioná-la para que ela não esteja com as outras pessoas (usando pretextos e justificações que parecem lógicos e até correctos), como faz com que ela pareça mal perante os outros, tenha atitudes absurdas, faça coisas erradas, etc, de modo a que os próprios amigos se vão cansando e afastando dela.

 

É fácil, e relativamente rápido, estas pessoas ficarem completamente à mercê do seu agressor. Muitas acreditam que a sua vida passou a ser mesmo assim e que nunca irão conseguir libertar-se dessa situação. Muitas nem se atrevem a pensar nisso, com medo que ele lhes “leia o pensamento” e que surjam retaliações.

No próximo artigo, vou falar acerca dos riscos que estas pessoas podem estar a correr.