“Quando tive o meu primeiro ataque de pânico, pensei que ia morrer. De repente não conseguia respirar; comecei a sufocar; a tremer e transpirar ao mesmo tempo. Não conseguia aguentar-me em pé e deixei-me escorregar para o chão ali mesmo. O meu coração batia com tanta força que eu o podia sentir e ouvir. Começaram a aproximar-se pessoas, mas eu não conseguia falar. Estava apavorado porque não fazia ideia do que era aquilo.”
Sintomas
A crise normalmente surge de forma súbita, inesperada e intensa. Há fortes manifestações físicas, como um grande aumento do ritmo cardíaco, aceleração geral, hiperventilação. Surgem suores, tremores. Pode haver perda de visão, fortes tonturas, vómitos, sensação de que vai desmaiar. São muito incapacitantes durante os minutos que duram, mesmo que a pessoa já saiba o seu diagnóstico.
Pela sua intensidade e características, podem ser confundidos com outros problemas, como AVC ou ataque cardíaco. Daí que é indispensável ser feito um diagnóstico.
Quem os tem?
Para muitas pessoas ainda é embaraçoso terem esse diagnóstico de ataques de pânico. A ideia de pânico está muito ligada a pessoas mais fracas, mais “medrosas”. No entanto, estas crises podem acontecer a qualquer tipo de pessoa e em qualquer idade. Tenho encontrado este problema tanto em jovens e adolescentes como em executivos bem-sucedidos ou até em pessoas reformadas.
O que é que os provoca?
Os ataques de pânico são uma forma de o cérebro dizer que se recusa a continuar a funcionar assim. Há um aumento de pressão interior, uma gestão ineficaz das emoções e situações e a mente entra em “curto-circuito”.
No entanto, pode haver agravantes. Por exemplo, o local onde a pessoa teve a primeira crise, pode ficar associado a ela e essa pessoa não ser capaz de voltar a estar nesse local ou em locais semelhantes. Por isso, muitas vezes são associados a túneis, pontes, locais altos ou fechados; mas é o que se passa na mente da pessoa e não algum tipo de “doença” que faz esta associação. Ou seja, o receio de que aconteça, aumenta imenso o risco de haver uma crise.
Fobias
Ao começar a evitar locais ou situações que a pessoa pense ou tema que estejam associados ao ataque de pânico, pode começar a desenvolver fobias. Estas, normalmente tendem a expandir-se, tanto em diversidade como em intensidade.
Caso:
A Lídia teve o primeiro ataque de pânico no cinema. Com o tempo, começou a deixar de frequentar cada vez mais tipos de locais fechados. Quando procurou a minha ajuda, havia uma lista imensa de locais onde ela não conseguia ir: cinema, elevadores, casas de banho públicas, túneis, etc. Deixou de fazer várias coisas, inclusive viajar de avião. Em alguns sítios, ela só ia se pudesse ficar “só ao pé da porta”, por exemplo em restaurantes.
Riscos
O ataque de pânico pode apresentar riscos se a pessoa tiver algum tipo de fragilidade de saúde, mesmo sem o saber, como um aneurisma, tendência para tensão alta ou algum problema cardíaco, por exemplo. Essa área de saúde da pessoa pode não aguentar a intensidade do ataque e desencadear uma outra crise, mais grave, como um AVC ou ataque cardíaco.
Também pode haver risco quando a pessoa está a fazer algo em que não pode perder o controlo, por exemplo a conduzir. Uma vez que o ataque surge de forma muito súbita e é bastante incapacitante enquanto dura, se a pessoa tiver um ataque enquanto está a conduzir, isso pode provocar um acidente.
Ataques de pânico têm características específicas. É possível reconhecê-los e sair deles. Aceleração, hiperventilação, suores e tremores, mal-estar intenso, incapacidade de reagir, são alguns dos sintomas dos ataques de pânico.
Se tens um diagnóstico de ataques de pânico ou já tiveste estes sintomas, contacta-nos. Podemos ajudar-te a ultrapassar esse problema.
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Mena Santos Galvão