+351 914 971 340 (Chamada para rede móvel nacional) info@lisboacounselling.com

Procura reduzir a pressão sobre a criança, principalmente em relação aos sintomas.

A tendência natural é fazer o oposto, desvalorizar, dizer “não ligues a isso”, ou “não estejas com mariquices”. Mas precisas de perceber que a mente dessa criança está debaixo de uma pressão constante e terrível; ela não está a conseguir gerir a sua situação de outra forma. Então, não coloques mais pressão sobre ela.

 

  1. Ajuda-a a perceber que a culpa NÃO é dela!

O agressor investe em confundir a sua vítima, em fazer com que ela acredite que é a culpada de tudo. Então, deixa isso bem claro! Ajuda-a a perceber que ela não é a responsável pelos maus tratos nem pelos seus sintomas.

  1. Tem paciência para ela

Lidar com este tipo de situação, provoca em nós muitas emoções, de preocupação, raiva, etc, mas também de falta de paciência quando os medos e outros sintomas persistem na criança. Procura ter paciência e dar-lhe tempo. E aproveita esse tempo também para aprenderes a gerir as tuas próprias emoções.

  1. Ajuda a suavizar os sintomas

Apesar de eles serem apenas sintomas, e não o problema real, suavizá-los vai facilitar o percurso de saída, de recuperação.

  1. Ajuda-a a desenvolver auto-imagem positiva

Ajuda-a a perceber as suas capacidades (sem exagerares nem pressionares!), a desenvolver mais auto-confiança, a focar nas coisas positivas que tem.

  1. Não desvalorizes a gravidade do problema. Para ela é muito grave e ela não está a conseguir lidar com isso de forma diferente.
  2. Ajuda-a a falar sobre o assunto, sempre que ela o queira ou precise.

Ouve-a e não “dês o desconto”. Numa situação de bullying, o que a criança consegue partilhar não é exagero mas, pelo contrário, uma pequena parte do que na realidade se passa.

 

 

Estratégias práticas

  1. Ajuda-a a desenvolver estratégias práticas, que a ajudarão a estar mais segura e a reduzir as oportunidades de agressão.
  • Não estar ou andar sozinha em sítios isolados – por exemplo, planeia os percursos que ela faça sozinha, de forma a ter sempre outras pessoas à volta
  • Manter-se afastada do bully – apesar de a culpa não ser dela, ela pode ir ficando mais habilidosa em não se pôr “a jeito”, em não reagir nem responder ao que ele diga, em se afastar dele, em se ir mantendo fora do alcance dele
  • Desenvolver amizades com outros colegas – o bully vai isolando a vítima dos seus amigos, para lhe ser mais fácil agredi-la. Ela precisa de se manter junto dos outros, de recuperar amizades que tenham vindo a esfriar

 

 

 

Todas estas estratégias são importantes na redução do impacto da agressão, mas provavelmente não são suficientes para resolver o problema. O bully é um agressor e não vai parar só porque a sua vítima está a ficar em melhor forma ou mais habilidosa. Muitas vezes, ele vai ficando mais camuflado e subtil, agredindo ainda mais às escondidas.

Estas estratégias são uma primeira abordagem, para começares a ajudar o teu filho ou aluno. Se a situação persistir, precisas de ajuda especializada, tanto para acabar com a agressão como para restaurar / sarar a criança que está a ser maltratada. No próximo artigo, vou falar do tipo de ajuda que podes ter em counselling.

 

Perante uma situação de bullying, ficar calado nunca deveria ser a opção. Mesmo que penses que não consegues resolver ou impedir a situação, tu podes fazer toda a diferença na vida dessa criança.