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Teia 2

O teu pensamento envolve todo o teu ser, como uma teia invisível.

 

A nossa mente não tem qualquer dificuldade em funcionar em auto-gestão. Aliás, essa é a sua forma de funcionamento mais comum.

 

Pensamento constante

O nosso pensamento está sempre activo, mesmo quando não temos essa intenção. E isso é um problema? Sim, sem dúvida! Essa actividade constante do pensamento prejudica-nos de várias formas. A mais óbvia, é o seu desgaste. Se o pensamento está em permanente funcionamento, não tem oportunidade de descansar, de recarregar baterias. Esse desgaste, provocado por uma má gestão do pensamento, é um dos maiores causadores de situações de ruptura, como o esgotamento ou burnout.

 

Pensamento inconsciente

A capacidade que a nossa mente tem de funcionar em auto-gestão, permite-lhe também funcionar no plano do inconsciente. Ou seja, a maior parte dos nossos pensamentos não são conscientes. Talvez te custe a acreditar nisso. Mas, se tentares lembrar-te de tudo o que pensaste durante a ultima meia hora, por exemplo, podes verificar que só te lembras de alguns pequenos aspectos — a não ser que tenhas um assunto de tão grande preocupação, que esteja a encher o teu pensamento a tempo inteiro.

 

Efeitos

No entanto, mesmo quando é inconsciente e involuntário, o que se passa na tua mente tem consequências. Se tomares um veneno sem o saberes, morres. O facto de não o saberes, não te protege das suas consequências destrutivas. Com o pensamento acontece a mesma coisa. Ainda que não tenhas consciência de muito do que se passa na tua mente, essa actividade afecta profundamente todas as áreas da tua vida.

 

Pensamentos tóxicos

Grande parte do que povoa a nossa mente é extremamente tóxico e corrosivo. Os pensamentos negativos, para além do natural desgaste que provocam, também reduzem o teu bem-estar, mesmo a nível físico. Muitas doenças (cardíacas, de aparelho digestivo, alergias, etc.) são “provocadas” pelo pensamento. É a enorme pressão mental e emocional em que vivemos, o stress e ansiedade constantes, que estão na base de muitos destes problemas de saúde.

 

Relacionamentos

Os relacionamentos, principalmente os mais próximos, como família ou equipas de trabalho, são profundamente afectados e prejudicados por padrões de pensamento negativos. A preocupação constante, o pensar mal dos outros, o descontentamento interior, tornam ainda mais difícil a tarefa árdua de ter paz nas relações interpessoais, gerando atritos e conflitos mesmo sem precisar de graves motivos.

 

Ritmo acelerado

Outro aspecto que está ligado ao pensamento, é o ritmo em que nos mantemos. Nós vivemos acelerados, numa correria constante, com imensas solicitações (muito mais do que temos capacidade para gerir). É normal estarmos a responder a emails, mensagens no FB, tentar resolver alguns aspectos difíceis do trabalho, enquanto pensamos no último problema com que nos deparámos e tentamos cumprir (mal!) as rotinas familiares. Este ritmo desenfreado faz com que seja literalmente impossível cumprir todas essas “tarefas”, para além de aumentar a tendência de todos para perder a paciência, implicar e dificultar ainda mais a vida uns aos outros. E sentimos que os dias passam a correr, que o tempo nos escapa por entre os dedos, que as coisas importantes da vida estão a passar-nos ao lado.

 

Difícil desligar

Muitas pessoas têm consciência deste frenesim e dos seus efeitos destrutivos. Mas não conseguem desligar, apesar de perceberem a necessidade de o fazer.

Muitas vezes, quando chegam a estados críticos de desgaste e continuam a “não conseguir” parar, o corpo toma essa iniciativa, normalmente de forma dolorosa e sem pedir licença.

 

Mindfulness, a capacidade de focar no aqui e agora, pode ajudar muito no recarregar de baterias e no aumento do nosso bem-estar. Nos próximos artigos desta série vou estar a falar acerca desta “ferramenta”.