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Uma situação de bullying segue um “guião” com personagens específicos. Nem toda a gente tem o perfil de agressor. E nem toda a gente pode ser usada como um alvo de agressão.

 

Agressor

O agressor, na maioria dos casos, não é identificado como tal. Muitas vezes, é visto como sendo uma excelente pessoa. Ele é um ator perfeito e quanto maior o seu nível de crueldade, maior também a sua habilidade para esconder o seu verdadeiro ser. Na maioria das situações, apenas a vítima “vê” as suas atitudes abusivas. Ele é também um excelente “psiquiatra amador”, tendo uma grande capacidade para perceber o interior das pessoas, os seus pontos fracos, as suas fragilidades. Isso permite-lhe ferir no ponto certo, causando o máximo de destruição com um mínimo de esforço.

Ele não sente a dor do outro e, por isso, no mundo da psicologia é considerado um doente mental, um psicopata. Eu não considero que isso seja doença, mas crueldade. É muito diferente! Ele sabe bem o que faz, a sua intenção de destruir é intencional. Apesar de não sentir a dor do outro, ele conhece-a nos seus mais pequenos detalhes, sabe a forma exata como manipular, parecer arrependido, criar falsa esperança, aterrorizar, destruir… Ele age como tem intenção de agir e é extremamente habilidoso nisso. Ele não é uma vítima (de traumas ou do que for) mas um predador.

 

Diferentes tipos de agressor

Os agressores representam uma grande percentagem da população. No entanto, não têm todos o mesmo perfil. Podemos considerar três tipos de agressor.

 

Tipo 1

O primeiro tipo é uma pessoa caracterizada pelo egoísmo e pela inveja. Ele deseja e acha que merece o que os outros têm. Ele é capaz, por exemplo, de criticar ou levantar um boato grave sobre um colega, com o intuito de que este colega seja prejudicado (ou mesmo despedido) e ele fique de alguma forma a lucrar com isso. É-lhe totalmente insuportável ver o crescimento do outro (principalmente da sua vítima), embora procure dissimular isso. O seu alvo é o seu proveito próprio e o prejuízo da sua vítima.

 

Tipo 2

O segundo tipo é caracterizado pela ira. É uma pessoa arrogante e centrada em si própria. Não é frio nem insensível, mas o seu pavio curto leva-o a ter atitudes muito destrutivas. Tem uma grande tendência para exageros emocionais, com picos em que é afável e outros em que perde a cabeça. Vive no impulso do momento, podendo seguir qualquer “guru” de forma obsessiva ou impedir e tentar destruir qualquer tendência que não lhe agrade. Vive convencido da sua própria grandiosidade e acredita que está certo em tudo o que faz. Ele odeia regras, disciplina ou quaisquer obrigações. Não busca apenas o seu proveito próprio. O seu alvo é ser admirado, adorado e obedecido.

 

Tipo 3

Este terceiro tipo é caracterizado pela crueldade e frieza. Intolerante em relação a outros pontos de vista, desenvolve um ódio implacável para com a sua vítima. É capaz de fazer longos discursos, que podem demorar literalmente horas, acerca dos erros da sua vítima. É especialista em fazer com que a sua vítima acredite que é a culpada pela agressão, ou mesmo que é ela a agressora. Ele destrói o interior da vítima, mantendo-a num estado de terror permanente.

Este é o tipo mais cruel, mas também o mais habilidoso e camuflado, aquele que ninguém julgaria um agressor. A sua ira é fria, planeada e devastadora, ao contrário da ira do tipo 2, que é quente, furiosa e impulsiva.

O seu objetivo é escravizar e destruir a sua vítima.

 

O agressor sabe perfeitamente o que está a fazer e o sofrimento que está a provocar. Apesar da boa imagem que a maioria deles tem, todos deixam um rasto de destruição por onde passam.

 

Há situações que são conflitos, que podem até ser muito graves. Há outras situações que são violência psicológica. À primeira vista, podem parecer a mesma coisa. No entanto, têm características muito diferentes. Se tens um conflito, estás a lidar com um opositor. Se estás a viver uma situação de violência psicológica, estás a lidar com um predador. É outro nível, outra intenção, outra capacidade de destruição.

Se estás a viver uma situação que não tens a certeza se é bullying ou não, podemos ajudar-te a identificar e a mudar essa situação.

Só vives uma vez. Constrói uma vida que mereça a pena ser vivida.

 

Ser agressor é uma opção. Ser vítima também.