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Violência doméstica não é conflitos, mas uma forma de bullying, com características muito específicas.

 

Características da violência doméstica

Ela é caracterizada pela pressão intencional que um membro do casal exerce sobre o outro, de uma forma destrutiva, não respeitando as suas ideias e opiniões e, acima de tudo, não o respeitando como pessoa. A intenção é, essencialmente, maltratar a sua vítima, num jogo cruel e ininterrupto.

A informação que passo nesta série de artigos, pode parecer exagerada ou demasiado grave para poder ser verdade. No entanto, uma das principais características do agressor, é a sua capacidade de camuflagem, de não deixar que o vejam como ele realmente é. A minha sugestão, é que não afastes o tema da tua mente demasiado depressa. Se há no teu companheiro/a algumas atitudes que te deixam menos confortável, vai-as observando à luz da informação que vou partilhar aqui.

 

Isolamento

Em quase todas as situações de VD, a vítima é sistematicamente afastada da sua família e amigos; isto é feito de maneira muito subtil e, frequentemente, só anos mais tarde ela se apercebe que está totalmente isolada. Esta estratégia do agressor, comum a quase todos, faz com que a vítima fique mais vulnerável e à sua mercê. Ele pode controlar coisas tão básicas como o que ela faz, o que vê, com quem fala ou onde vai. Pode usar os ciúmes para justificar as suas ações, muitas vezes apontando-os como uma prova de que a ama. No entanto, o único objectivo é manter o poder e o controlo.

 

Abuso emocional

Há um grande investimento na desestruturação emocional dela. Ele deita-a abaixo, a ela e a tudo o que ela faz. Faz com que ela se sinta mal acerca de si própria e culpada de tudo o que acontece. Humilha-a, mesmo em frente de outras pessoas. Tenta confundi-la e pode fazer com que ela pense que está louca. Alguns, tentam pressionar a sua vítima para ir ao psiquiatra ou mesmo interná-la por distúrbios psíquicos.

 

Valor desigual

O agressor age como se a sua vítima fosse uma pessoa inferior a ele. Na presença de amigos, ele pode ter este tipo de atitude de forma exagerada, com humor, para que eles achem que é uma brincadeira e ela seja convencida que eles nunca acreditariam nela se lhes contasse o que se passa.

 

Intimidação

Há uma pressão emocional constante, um ambiente de terror permanente. Ele aterroriza-a através de palavras, ações, gestos, fazendo com que ela viva num medo constante de fazer “a coisa errada”, de fazer alguma coisa que vá provocar retaliações ou vingança dele. As “regras” são propositadamente pouco claras e podem mudar; ela nunca sabe o que pode provocar a próxima cena.

Alguns agressores podem ter atitudes de intimidação mais visíveis, atirando com portas, partindo objetos ou destruindo coisas dela.

É fundamental perceber que o agressor não perde a cabeça nem se descontrola (embora possa parecer que está completamente fora de si). Todas as cenas são intencionais e têm o objectivo de intimidar. Num dos próximos artigos, irei desenvolver mais este aspecto.

 

Coerção e ameaças

Nas situações de VD há sempre um ambiente de ameaças, abertas ou camufladas. Muitos agressores ameaçam a sua vítima de a deixar, embora não tenham qualquer intenção de o fazer. Aliás, a maioria dos agressores não permite o divórcio, o que leva algumas vítimas a criar planos mirabolantes (e por vezes muito arriscados) para conseguirem escapar dessa situação.

Também pode ameaçá-la de cometer suicídio, de a matar, de raptar ou matar os filhos, etc.

É frequente o agressor obrigar a sua vítima a fazer coisas erradas ou ilegais, de forma a manter o seu poder sobre ela.

 

Minimizar, negar e acusar

O agressor defende que as suas atitudes não têm qualquer gravidade ou chega mesmo a negá-las. O fazer e depois negar que fez, é uma estratégia frequente para a convencer do seu próprio desequilíbrio mental e emocional, afirmando que ela está a imaginar coisas ou com alucinações, que isso é evidência de que ela não está bem da cabeça, etc.

Quando ele fica agressivo, é frequente dizer que a culpada é ela, que o fez “perder a cabeça”. Alguns dizem mesmo que é ela que os agride, que eles é que são as vítimas. Por mais incrível que pareça, muitas vítimas de VD acreditam que são realmente elas as agressoras. Estas, normalmente, são situações de gravidade e risco extremos, com um alto nível de confusão e áreas em que ela já não consegue ter uma noção clara da realidade (embora possa funcionar na perfeição no seu ambiente de trabalho), deixando-a totalmente à mercê dele e de algum “acidente” que ele possa querer provocar.

 

Uso dos filhos

Como iremos ver mais à frente, o agressor é uma pessoa fria, calculista e sem quaisquer escrúpulos. Os únicos limites que tem, são para não ser “apanhado”. E não tem qualquer problema em usar os filhos como uma das suas ferramentas de agressão.

Ele faz com que a sua vítima se sinta culpada em relação aos filhos, acusando-a de ser uma má mãe (ou pai), de ser incapaz ou mesmo de maltratar os filhos. Ele pode ter atitudes de abuso para com os filhos, para atingir a mãe, levando-a a fazer ou deixar de fazer determinadas coisas, para proteger os filhos das retaliações e vingança dele.

 

Violência doméstica é uma das situações mais desumanas que podemos encontrar. Aí, o teu agressor não é um estranho, um criminoso nem mesmo um terrorista, mas aquele que devia ser o teu parceiro, o teu ajudador. E a tua casa, que deveria ser o teu ponto de refúgio, torna-se o local onde vais sendo morta/o, pouco a pouco, até não seres mais do que um farrapo humano.

Mas essa situação pode mudar. A LisboaCounselling existe para te orientar e apoiar ao longo desse processo, numa abordagem de baixo risco. Se queres mais informações, sem qualquer compromisso, contacta-nos!